Do tempo
em que ainda eras
uma página branca entre tantas outras
anotaste olhos
fascinado pela sua poderosa transcendência.
Mil olhares passados
outra pequena nota
inscreve-se na página amarelecida
olhos são mares em que me lanço sem rede
e sem reserva.
"os teus olhos são como mares"
30.11.05
29.11.05
28.11.05
27.11.05
Quebramos os sonhos
juntos
assim o desejamos
no sublime e no detalhe
na impossibilidade de partilhar mais
do que a construção de caixas
o mar tão próximo
o prado onde o pónei cego nos mira em faz de conta
mas o nosso riso é saudável
vem de dentro do prazer das coisas simples
e dos sonhos do aqui e agora;
e não nos limitamos aos nossos olhares lascivos
vamos para lá deles
na partilha dos sonhos que quebramos
porque tem de ser.
"I don't understand why people insist in giving me things...!"
juntos
assim o desejamos
no sublime e no detalhe
na impossibilidade de partilhar mais
do que a construção de caixas
o mar tão próximo
o prado onde o pónei cego nos mira em faz de conta
mas o nosso riso é saudável
vem de dentro do prazer das coisas simples
e dos sonhos do aqui e agora;
e não nos limitamos aos nossos olhares lascivos
vamos para lá deles
na partilha dos sonhos que quebramos
porque tem de ser.
"I don't understand why people insist in giving me things...!"
Ontem adormeci em ti
adornei-te o corpo
de desenhos
as tintas que me pediste antes
o brilho de teus olhos
o teu corpo esguio
e essa intemporalidade caçadora de segredos
dos meus medos
da minha virtuosidade
e hoje acordei em ti
e brinquei com o meu corpo
barbeei-me
em duche longo em cantoria
e o brilho dos teus olhos
encheu de energia
e desejo
este novo dia.
"que bom este velho gosto"
adornei-te o corpo
de desenhos
as tintas que me pediste antes
o brilho de teus olhos
o teu corpo esguio
e essa intemporalidade caçadora de segredos
dos meus medos
da minha virtuosidade
e hoje acordei em ti
e brinquei com o meu corpo
barbeei-me
em duche longo em cantoria
e o brilho dos teus olhos
encheu de energia
e desejo
este novo dia.
"que bom este velho gosto"
26.11.05
Comentas em desespero
o interior para o outro
e sabes que assinas
o livro da morte
da morte lenta, eficaz e necessária;
é a inadequação ao lugar dado
a inoperabilidade do sentido critico que desnorta
o calendário
a motivação essencial.
Apenas desisto
apenas me maquilho de intemporalidades não sentidas
movido sem movimento
retrocedido
introvertido num tolhimento tão mais concêntrico.
As cores são sistemas que já não uso
rebentado
excruciantes verdades afloram,
a impureza toda junta
provoca um cancro buraco pestilento irremediavelmente acabado.
"sei que te quero e não quero"
o interior para o outro
e sabes que assinas
o livro da morte
da morte lenta, eficaz e necessária;
é a inadequação ao lugar dado
a inoperabilidade do sentido critico que desnorta
o calendário
a motivação essencial.
Apenas desisto
apenas me maquilho de intemporalidades não sentidas
movido sem movimento
retrocedido
introvertido num tolhimento tão mais concêntrico.
As cores são sistemas que já não uso
rebentado
excruciantes verdades afloram,
a impureza toda junta
provoca um cancro buraco pestilento irremediavelmente acabado.
"sei que te quero e não quero"
25.11.05
Eram estorias de um envolvimento quase
electrico; um milhao de evolucoes que prendiam
em ritmo voltaico os espacos em redor.
Era tambem um tempo em que as luas
volteavam em sombras o movimento nocturno
de algumas criaturas.
Era por esses tempos que me ouvia assobiar
num estranho contentamento.
Nada perfazia um azul marinho que nao
buscava mais que a satisfacao imediata.
Tempos de uma certa letargia que ao mesmo tempo
avancava devagar;
tempos suaves que nao olvidavam aliteracoes de constantes fluidos.
Redondel disperso. Sem as portas das relacoes dificeis
ou as janelas de relacoes a construir.
Miriades passavam e azul o mar
augurava milhares de estrelas de sorte.
Eramos muitos
abracados em um silencio
que ouviamos
um assobiar tao dentro que nos ultrapassava.
Azul o mar e azul o ceu.
Tanto poderiamos ser em festejos um so
ou em enterro tantos.
Verde era uma cor imaginavel.
Nunca presente fisicamente,
-nem implicitamente desejada-
mas que volteava assim como que uma aura.
Verde que significaria
os sorrisos interiors que imaginavamos
ao ouvir o som
dos nossos cantares secretos.
"E de repente tudo se torna repetitivo"
desviado daqui
electrico; um milhao de evolucoes que prendiam
em ritmo voltaico os espacos em redor.
Era tambem um tempo em que as luas
volteavam em sombras o movimento nocturno
de algumas criaturas.
Era por esses tempos que me ouvia assobiar
num estranho contentamento.
Nada perfazia um azul marinho que nao
buscava mais que a satisfacao imediata.
Tempos de uma certa letargia que ao mesmo tempo
avancava devagar;
tempos suaves que nao olvidavam aliteracoes de constantes fluidos.
Redondel disperso. Sem as portas das relacoes dificeis
ou as janelas de relacoes a construir.
Miriades passavam e azul o mar
augurava milhares de estrelas de sorte.
Eramos muitos
abracados em um silencio
que ouviamos
um assobiar tao dentro que nos ultrapassava.
Azul o mar e azul o ceu.
Tanto poderiamos ser em festejos um so
ou em enterro tantos.
Verde era uma cor imaginavel.
Nunca presente fisicamente,
-nem implicitamente desejada-
mas que volteava assim como que uma aura.
Verde que significaria
os sorrisos interiors que imaginavamos
ao ouvir o som
dos nossos cantares secretos.
"E de repente tudo se torna repetitivo"
desviado daqui
24.11.05
Tracei um plano:
escolhi as cores
e um discurso cinzento, cizudo
para contrabalançar a alegria dos arredores
acontece que as trovas definham
mesmo ao passar o alce
castanho pelo parque a hora de perguntas
clareias
e animas o ar com a decisão que porventura
não é a definitiva
mas do sentido das coisas decididas
sei que não consigo parar o trânsito
na minha mente
"ela é tão sofiscada!"
escolhi as cores
e um discurso cinzento, cizudo
para contrabalançar a alegria dos arredores
acontece que as trovas definham
mesmo ao passar o alce
castanho pelo parque a hora de perguntas
clareias
e animas o ar com a decisão que porventura
não é a definitiva
mas do sentido das coisas decididas
sei que não consigo parar o trânsito
na minha mente
"ela é tão sofiscada!"
23.11.05
Consigo-te explicar a minha inércia
mas não tenciono
marchar em terreno movediço.
O desejo enquadra-se perfeito
no teu corpo altivo
princesa que me queres crer.
Não te tomo o corpo
como chá verde -
existes como infusão antiga e refinada,
um gosto que se suspende do abismo.
E sabes que o teu exotismo
me agrada
me agarra sem nexo aos teus sentidos.
"porque me visita agora o pássaro fugido?"
mas não tenciono
marchar em terreno movediço.
O desejo enquadra-se perfeito
no teu corpo altivo
princesa que me queres crer.
Não te tomo o corpo
como chá verde -
existes como infusão antiga e refinada,
um gosto que se suspende do abismo.
E sabes que o teu exotismo
me agrada
me agarra sem nexo aos teus sentidos.
"porque me visita agora o pássaro fugido?"
22.11.05
Alguma coisa tem de renascer
do inferno
da não existência;
ainda ontem quando pelos ares atravessava toda esta distância
mirei na curva ao fundo
o cais bravio
não eras mais a minha preferida,
aparecias já pedra fumegante
obturada pelas larvas da mudança rápida
agora e aqui
envio-te a gargalhada
o rodopio frenético
e quente
que nos desejamos
sejamos pois nómadas do prazer
e encontremo-nos noutra galera
em cais cheiroso e colorido.
"vamos dançar uma outra dança"
do inferno
da não existência;
ainda ontem quando pelos ares atravessava toda esta distância
mirei na curva ao fundo
o cais bravio
não eras mais a minha preferida,
aparecias já pedra fumegante
obturada pelas larvas da mudança rápida
agora e aqui
envio-te a gargalhada
o rodopio frenético
e quente
que nos desejamos
sejamos pois nómadas do prazer
e encontremo-nos noutra galera
em cais cheiroso e colorido.
"vamos dançar uma outra dança"
21.11.05
nada confunde mais que a tua lua
escapada e confiante
usando linguagem antiga de barreiras diluídas;
quando tento traçar no ar o teu regaço
sinto uma quentura intensa de entrega a outros;
sorrio no entanto
e passeio pelas grandes avenidas da Paris que amo,
um cacho de uvas frescas na mão esquerda
na linha de uma nova amante
para os lados do Tcha Tcha Tcha du Tango;
se me ignoras e te reencontras nos braços dos teus amantes
perspectivas outras me trazem os regaços das minhas novas amantes.
"belle de jour"
escapada e confiante
usando linguagem antiga de barreiras diluídas;
quando tento traçar no ar o teu regaço
sinto uma quentura intensa de entrega a outros;
sorrio no entanto
e passeio pelas grandes avenidas da Paris que amo,
um cacho de uvas frescas na mão esquerda
na linha de uma nova amante
para os lados do Tcha Tcha Tcha du Tango;
se me ignoras e te reencontras nos braços dos teus amantes
perspectivas outras me trazem os regaços das minhas novas amantes.
"belle de jour"
19.11.05
na contra mão
acentuada pelo contraste da luz em divagados contentores,
os olhos em pergunta constante
de desejo?...
de interrogação como se nada fora ontem
e apenas o aqui se entende?...
e na outra mão, nos corredores claros das estações
para outras margens,
o silêncio preenche o espaço dos olhos que se miram
em perguntas proibidas.
a ausência do outro
nem é o outro mas o preenchimento com outra realidade.
"na dinamarca em open weekend"
acentuada pelo contraste da luz em divagados contentores,
os olhos em pergunta constante
de desejo?...
de interrogação como se nada fora ontem
e apenas o aqui se entende?...
e na outra mão, nos corredores claros das estações
para outras margens,
o silêncio preenche o espaço dos olhos que se miram
em perguntas proibidas.
a ausência do outro
nem é o outro mas o preenchimento com outra realidade.
"na dinamarca em open weekend"
13.11.05
Dou
sem reservas conduzindo
a vida em condensada estoria de dez minutos
de cada vez
e eles recebem
em sorriso
toda a vida condensada em dez minutos
de toda a vez
e na pizzeria
os estomagos enchem-se de risos
uma cumplicidade
de meninos e seu mestre
grande - porque tem de ser
e nos dias que se seguem
o fio de estorias so minhas
provoca
um fio de estorias que e so deles
e a cumplicidade
cresce
e o desejo cresce.
"a vida condensada em dez minutos"
sem reservas conduzindo
a vida em condensada estoria de dez minutos
de cada vez
e eles recebem
em sorriso
toda a vida condensada em dez minutos
de toda a vez
e na pizzeria
os estomagos enchem-se de risos
uma cumplicidade
de meninos e seu mestre
grande - porque tem de ser
e nos dias que se seguem
o fio de estorias so minhas
provoca
um fio de estorias que e so deles
e a cumplicidade
cresce
e o desejo cresce.
"a vida condensada em dez minutos"
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