28.2.11

Com a anuência

de um dia memorável de preguiça

retorno à casa das leituras.

Falar de amor a Deus

e beijar quem se ama mesmo ao dobrar da esquina.

A vida quotidiana pode ser de uma simplicidade desarmante.

Um dono de nada

nada demandando

nada mais querendo que a totalidade.

24.2.11

Se eu pudesse juntar diferentes peças

Faria um corpo que me alongasse a vista ao mar

O frio da rocha dura, o óleo da azeitona madura em manhã de orvalho

Um castelo de quartzo em relva verde e fresca

As diferentes peças poderiam ser montadas em piruetas de festa

Nada a dizer ou perguntar – apenas um agregado disponivel directionado a uma explosão impar

Estaria ali o corpo, proximo do meu desígnio,

Os meus bracos alongariam sempre que em desejo

O meu corpo alongaria sempre que em desejo

Uma planicie em caminhando ao mar.

10.2.11

Dos Astros

Junto tinha azul numa quadratura

exógena.

Além atrás

o outro

em Sol

enérgico em vida.

Ao lado o quadrado

espera a matéria

que se une em vantagem unitária.

Ao mar então a água

estática não existente.

Em dois reformulamos

o nosso horizonte.

Encontramo-nos então negros

em Amor e

Ódio

em toda a matéria simples.

Assim a alma

desaparece lá

em cima.

Momento assim outra

vez

para que se resolva

em triangular

o branco

o negro

lá no alto

e de diferentes

dois

escapados

da matéria.

Assim como assim

os juízes ultrapassam-me

e a ideia

luz o triângulo

Assume

a água

aceite.

(escrita automatica, sem controlo, ao fluir da pena, formatado para aqui)

1.2.11

Como tu

que vieste muda e saíste em enigmatico, “adeus “

Entrei no outro mundo e convidaram-me a sair.

Existem ondas fortes que me levam a ir ao fundo da noite

É lá que encontro os heróis de uma morte anunciada,

riscando o frio e as sombras afiadas.

Ao fim da noite entrego-me na totalidade,

talvez aqueles momentos únicos de veracidade nos meus dias que escorrem.