31.12.05

"THE BRAIN is wider than the sky,
For, put them side by side,
The one the other will include
With ease, and you beside.

The brain is deeper than the sea,
For, hold them, blue to blue,
The one the other will absorb,
As sponges, buckets do.

The brain is just the weight of God,
For, lift them, pound for pound,
And they will differ, if they do,
As syllable from sound."

....

"A WORD is dead
When it is said,
Some say.
I say it just
Begins to live
That day."


The Complete Poems of Emily Dickinson - Part One: Life

My last post of 2005.
Viva 2006, the best year of my entire life is coming very, very soon!

Empathy is the root and is a wonderful feeling (and tool)
language is only one part of it, after all!
And this is for you, first of all!!!...
(wish I could understand your language, too!)

"my first smile of the day"

29.12.05

"There are three bodies that are eminently connected: the territorial body, that of the planet and ecology; the social body; and finally the animal or human body" from this results the need to reorient oneself with respect to the other –the question of the neighbor and alterity. Reappropriating the body is not merely a question of choreography – but of sociography – relating to others and the world."
Paul Virilio

(Porque se quer real a poesia?
Porque a poesia é acção
E na revolta
Uma mistura de simbolismos
Transforma
Os dias

1999
O verão são 2 meses...do frio Julho da Dinamarca

Num final, premissas que afloram; a tempo?
É de feriado este entardecer; com sons estranhos
a invadir o estrelejar do jogo
as arvores em fila
na mesma,
mas mais silêncio,
os arredores dimensionando o nosso
silêncio.

Mais longe a casa e ainda mais para lá
a baía,
impressionantes miragens aqui tão perto
fortes e com cheiro vivo,
as aves acomodando-se,
os cães volteando-se.

O dia esvazia ao ladrar dos cães, os sons do
dia,
no paraíso de aqui.

As perspectivas mais íntimas,
a horas que são as nossas,
diferentes escalas ponteadas a verde
num fundo mais antigo.

Abre-se a noite
ao azul do canto.

Se me direcciono, perco o fluír

Subúrbios,
a vigia assemelha-se a uma janela
a musica é ligeira, em samba
delegações variadas
animam o pátio
ainda os cães e a baía,
a baía dos cisnes,
sossegados, discretos
as árvores.

A raridade é em tempo,
mais longo, mais saboroso
a lentidão do olhar
um papel e uma caneta
colagens, colagens
e invasão.

Evado o suspirar do dia
mexo o corpo
e associo o arrepio a lá ao fundo
na paisagem
na lonjura de um olhar que sorri.

Longínqua

Conseguimos fugir das coisas
na ausência
conseguimos
na presença transfigurar um
local.

Podemos identificar
o azul do mar e
o verde dela,
ainda à pouco saltando
estas poças de
um verão esguio.
O Brasil e Africa
dois prolongamentos
em coladeira
garridas cordas em
mastro de sons.

Ela passa
diagonal à porta grande;
prefiro imaginar uma entrada
de surpresa
um som de palavras e
Um olá quente...

Na realidade um olá quente

É negra e quente
pequena e activa
procura
e luta para encontrar

e vai outra vez
em diagonal
pela verde esquadria;
é um pátio largo
como o seu sorriso
todo na ombreira do meu
esconderijo

É bom ser conde
pequenino perdido
num dilema,
no castelo
mais alto que as pessoas
que animam diagonais
entre as janelas...

Mais tarde fico de te falar
rápido,
em fuga.

2002
Nas montanhas da fria Noruega

A canção a ela
Tudo é bonito meu amor
Quando te vejo o olhar
Tudo é bonito meu amor
Quando balanço no teu ar
E vejo cores, tantas cores
E movimento
Que tudo é bonito, meu amor
Quando te tenho no olhar
Esses olhos de princesa
Esses olhos de amor
Que passeiam por aí, sem nunca se agarrar!
Ai liberdade, amor
Ai alegria, amor
Ai liberdade que por ela te desejo, amor
Ai movimento e balanço
Ai mar e firmamento
Quando tenho teu olhar
Quando tenho o sentimento
De por ti tudo largar
De por ti tudo amar.

11 horas: dia 3 / pós elas / pós ele.
A caminho o sol espelha
uma luz que
é forte
um azul em forro em acetinado
arredor.

Falhou o sexo, aquele sexo que eu queria
mas
no caminho largo o horizonte se
concentrou
e tão próxima é a sensação
de qualquer coisa
que se transforma
que neste sol nem os farrapos
de neve
apagam
um dia novo.

Porque te amo – e é só
e porque te quero – e é só
me desanuvio
em sorrisos e
assobios que nao ouço.

É manhã e é dia,
um dia gloriosamente
claro que conformo,
lembranças de nada
de apenas a ter beijado
em despedida.

Falamos em drogas e médicos
mas nada é mais curativo que estar
em descanso com quem se deseja.

A terapia nasce de um desejo que se
transforma em projecto comum,
ser feliz,
estar junto na distância e
sacudir
qualquer lembrança de animal
domesticado que se foi.

E é assim amor que de manso
se encontra o necessário espaço
para um salto,
um salto real, um salto que
se deseja real.

E em rodopio mil planos
se desenham
o horizonte claro
a terra que se respira
o sol que aquece
e as pessoas que
se projectam.

Se a vida, o correr os dias tem
diversos ciclos
diversas energias
e cores e sons,
outros sons agora
se tornam fortes
e o gosto dos sabores
da carne se
misturam ao desejo de mudança.

Ser radical, amor,
na recusa do normal
da rotina que devagar
se imiscui no teu caos natural
ser radical, amor,
no desejo que torne
a minha carne
activa!

É necessário que seja um “bastard”
para sacudir anos de poeira
de cima.
Resolver as coisas,
resolver todas as
coisas
em globalidade uma totalidade
que se não questione
nunca.)

Esquecidos e achados

27.12.05

Nestas manhãs a preguiça enche-nos
a preguiça como melhor espaço de visita
aos nossos preferidos
aos nossos amores;
nestas manhãs leio alto poesia
na praia e no parque;
ontem o mar revolto
hoje a maré baixa,
a neve caminhando passo seguro para nós.

Hoje li alto para ti
"O amor em visita"
e mesmo que pouco mais entendas que "Bom dia"
senti o mar volteando-te
os teus pés descalços desenhando pegadas
ao redor de mim.

Visitarmo-nos todas as manhãs
une-nos mais e mais à vida!


"o mar aqui tão perto!"

25.12.05

E é assim, a água plana e larga
como algumas vezes observei em teus olhos
entrega-me ainda mais a ti.
Perguntas se me consigo apaixonar,
como é o processo da paixão...
e eu engulo as palavras e entro em mim pelos teus olhos
e desejo-te...
"não sei...", respondo mirando o teu sorriso bonito,
sentindo-me tão bonito de te ter em frente,
bela, pequenina, com a força toda da minha libertação.

"i like you a lot!"

Mesmo sem acentos apetece-me invadir o teu espaco por aqui.

Nestas alturas lembramos com mais tempo outros que nos dizem muito ou alguma coisa.

Neste caso nada nos liga que um blog que um dia descobri por mero acaso. Um acaso feliz porque me mostrou um projecto bestial que me tocou.

Um caso de empatia, que me fez sorrir e me aticou a curiosidade: para quando o proximo post?... uma rotina sem ser rotina, a visita rapida quase todos os dias, outras vezes mais prolongada para me deliciar com a escrita, bonita, madura e optimista (?...), a desenvoltura dos comentarios aos comentarios.

A vida, vivida com vontade, tem tanto de acasos! ; acasos sao sal e pimenta, as cores, os sons e os cheiros que nos entram tanta vez de rompante no nosso espaco mais proximo! Acasos que nos fazem algumas vezes mudar o rumo 360 graus!

Por mero acaso, estou feliz aqui e agora e quero mandar-te pelos ares um pouco desta sensacao tao deliciosa e quente, projectar o meu sorriso e os meus desejos de tempos bons que encham tambem os teus dias em 2006!

"paz pr'a ti!"

19.12.05

I've got too much energy to switch off my mind,
but not enough to get myself organized.
My heart is heavy--my head is confused,
And my aching little soul--has started burning blue!

I can't give you up, till I've got more than enough.
So infect me with your love--
Nurse me into sickness. Nurse me back to health.
Endow me with the gifts--of the man made world.

When desire becomes an illness instead of a joy,
And guilt a necessity that's gotta be destroyed.

Take me by the hands and walk me to the end of the pier.
Run your fingers through my hair,
and tell me what I wanna hear--
Will lies become truths in this face of fading youth
from my scrotum to your womb, --your cradle to my tomb.

Nurse me into sickness, nurse me back to health
And tell me what it is that I want in this world!!

Infected, The The


Janna Stern Image

17.12.05

Sabemo-nos migrantes,
passeando leves por aqui.
Sei-me tão cigano,
em honra
em nomadismo
por espaços
por corpos
pelo secretismo da minha solidão.
Desejo
multiplicado pelos espaços
do viver aqui e agora...
Boa noite, amor
até já
até sempre...


"adeus!"
Hoje acordei a pensar nos teus filmes...merci bien Robert Bresson!



"Une femme douce"
1970 / Olga Polackova-Vyletalova Art

16.12.05

Venho
para vos festejar.
Venho porque a energia que me move
foram vocês que ma injectaram
nas veias,
no coração
no corpo que não consigo parar.
Festejo
as alternativas
as canções
os ritmos
os pensares unos e positivos.
Abraço o vosso amor à vida
a vossa procura do estar bem
e simples
e fora dos contextos normais,
das pessoas normais.
Enquadro-vos no meu espaço livre,
laboratório de linguagens unidas
nos corredores, nas salas, no parque...
Hoje dancei para vocês,
e enquanto dançava sorri da vossa surpresa.
Sim é lua brilhante
e a dança é fisica,
atiro-vos ao chão, rolo por cima,
fazemos o círculo bem perto
do movimento dos corpos,
grito e vocês gritam comigo,
e corremos botas no mar brilhantemente calmo.
Hoje obriguei-vos a beber da loucura
de ser colectivo
pensar conjunto
extraírmos a energia uns dos outros,
sem drogas ou alcool,
no movimento compassado dos desejos.

"hoje dancei para vocês"

15.12.05

I
Azulado vento partido
e em desuso
por dados mesquinhos;
que te dizer
do discurso do scott
que ir embora será um dia
nos dias que se consomem,
um passo na direcção do junquilho balanceante.
E a resposta considera-se dada.
Nao me mexo e escondo-me por de lá do apontado-
penso que a doçura em algum momento se condensa na tortura e na morte;
estou com fome
estou com sede
estou vermelho de raiva,
laranja das auroras incendiadas;
estou também farto de bolo
e choradeira
e de ir-me embora a qualquer hora.
Misterioso dom,
tapetes no limiar da morte
sempre repetida sem qualquer incidente.
Necessidade de tempo fora
necessidade de tempo fora,
de tempo para resolver
as águas paradas e os risos rotos.
Irei embora irei embora
para que ficar aqui?

II
Christmas Carols,
e ela incendiada
fogo espalhado,
todos cantam, todos desejam
todos em cio;
Que luz!
outra vez a praia e contact dance
a substituir Capoeira,
mudas, mudas e desejas
sabes a mudança e danças
loira de desejo.

"automatica lua cheia"

14.12.05

Sometimes
sentimo-nos bonitos,
e com o mar tão perto em quase lua cheia
conduzimos,janela aberta
pelas estradinhas em ziguezague...

o mar brilha tanto quanto os teus olhos
a areia coberta de pedrinhas quase tão grandes quanto o nosso sorriso
e decidimos cantar as nossas canções.

"Sometimes i get too drunk,
I feel so goddamned low
I have no place to go, no one to turn to
I think about your loving arms, where i'd like to be
But it's selfish as can be, and i know it
And if i'm sorry for myself, i'm sorry for you too
'cause i'm the same as you, and i'm burning"

mesmo sóbrios rolamos
na areia de tanta pedrinha,
o mar brilha quase tanto como o teu sorriso
e a canção no ar

"So i sing for everyone who feels there's no way out
So maybe if you all shout someone will hear you
Listen to them shout"

la la la

"I won't say that i love you, 'cause that would be a lie
I can only say i try, and you know it
Love is something more or less than words can hope to say
It's something day to day in the life we're living
Lovers come and lovers go but friends are hard to find
Yes i can count all mine on one finger"

frio? naaaaããooooo!...

"So i sing for everyone who feels there's no way out
So maybe if you all shout someone will hear you
Listen to them shout"

fantasticas as luzes ao fundo
na plataforma
off-shore,
la la la

"So i sing for everyone who feels there's no way out
So maybe if you all shout someone will hear you
Listen to them shout"

Sometimes
sentimo-nos bonitos,
e com o mar tão perto em quase lua cheia
conduzimos,janela aberta
pelas estradinhas em ziguezague...

"escapadelas"
(lyric, Shouting In A Bucket Blues, Kevin Ayers)
I just came in off the street
Looking for somewhere to eat
I find a small cafe
I see a girl and then i say

'may i sit and stare at you for a while?
I'd like the company of your smile'

You don't have to say a thing
You're the song without the sing
The sunlight in your hair
You look so good just sitting there

'may i sit and stare at you for a while?
I'd like the company of your smile'

May I?
(from June 1 1974 , Kevin Ayers & company)

13.12.05

Lancei os dados
e
eles irão ficar juntos;
tenho a vantagem
da sensibilidade
e a idade
da felicidade
o prazer do jogo
e o desejo de os ver juntos
aqui por perto!

12.12.05

Densidade a west
na fuga
ignoras east;
sabes de qualquer jeito que ela esta la
sem acento
esperando
te
a presa.
E mesmo que os olhos te lancem
transes
olhas west
denso e verdadeiro
e ignoras east
denso e verdadeiro
mas sem acentos
sem mais que a dor
que advira...
Ignoras east
embora sofrendo,
embora livre.

"a este nada de novo"

11.12.05

Fugi
outra vez de ti
diversa
e junta
quero
te
bela tanto.
Fugi
de ti,
não posso
poderei ser agarrado?...
quero a tua vertigem
desejo e fujo,
quero-te
desejo

tira
vai
vai
por favor esquece
que desejas
queres
nem queres,
...fujamos!

"ela, a minha preferida"

10.12.05

Antes mesmo de surgires
por essa porta larga,
oferecida
e
roubada por teus desígnios,
antes mesmo de te ter
te hei perdido.


Simples
tão claro desde o início
em que
nos oferecemos em jogo.

Pertencemos a mundos diametralmente diversos
perspectivas divergentes
unidas no prazer do jogo.

Antes mesmo de te ofereceres
eu fechei a porta
e nela uma fresta para tu me observares
olhando os teus seios desnudos
na transparência dos nossos cantares;

O meu desejo de ti
é a fuga para a praia
onde canto canções desesperadas
abandonando-me a alguém que queira realmente amar-me.
(antes de ser tarde demais...)


"jogadores"

8.12.05

Celebrar a vida,
"dois dedos" ,
é encontrar no simples
a totalidade,
a felicidade que nos oprime a respiração
o riso que vem do fundo de nós;
celebrar a vida
é a entrega sem medo
a confiança,
observar o coelho na nossa frente em sua rotina diária
e nós a mirar em riso;
celebrar a vida
é simplesmente na preguiça
descansarmos
em faladuras perdidas no tempo;
celebrar a vida
é o prazer da visita
aos locais secretos
dentro de nós
dentro dos arredores próximos.
Que bom ter-te
"dois dedos"
aqui à mão,
beber de ti
dar a ti o que procuro
procurarmos não sei o quê dentro de nós...

Celebrar a vida
é o nosso sorriso idiota através do dia.

"gracias a la vita"

7.12.05

Convidei
hoje, tão cedo quanto o sol despontou
"dois dedos"
a caminhada
ao meu local secreto.
Olhos de água,
um abraço forte
em desastrada beleza,
magia necessária
para glorificar este dia!

"o teu sorriso convida!"

6.12.05

Automatismos diversos
emergem do arredor pesado,
mecanismo adulterado,
interstícios
que se afundam
vagarosamente
dentro
dos
sorrisos.

"piruetas na lua em quarto"

4.12.05

Repentinamente a magia deste mar castanho
revolve
o presente
tão violentamente que te desejo,
e a plasticidade de recente discurso
liberta um odor estranho

será o mofo que me falavas antes?...

estou pronto amor
para mexer ainda mais
os corações das pessoas,
aí onde tu lutas
aí onde o cheiro da pobreza
te faz esquecer toda a comodidade
e o amor se espraia mais verdadeiro.

Estou pronto amor
para a luta verdadeira!

"vamos dar sonhos aí"

2.12.05

"... the origins of speech lie in song, and the origins of song in the need to fill out with sound the overlarge and rather empty human soul."
J.M. Coetzee, Disgrace

Carlos Paredes, "Mudar de vida (musica de fundo)" consegues ouvir?

"hoje pela noite adentro"
Fascinado pelo tempo
transportado a mim pela tua graça
projecto os ouvidos
no espaço que se vai encurtando

[visitado e revisitado o passado
a ponte construída por conversas e olhares]

o silêncio aproxima as duas margens
numa vibração conjugada
no riso aberto da confiança

posso ser agora mestre e aprendiz
palhaço e acrobata
senhor sem escravo
amante solidário,
rio que transporta o sonho até à foz

"a flôr abre as suas pétalas e o seu cheiro inebria"