2.3.11

Mata a rotina o grupo.

São putos, muito putos e saltam e pulam e mexem, chapinhando no antigo tanque dos cisnes.

A lógica, mesmo quando tantos meses já passaram, continua a mesma.

O tanque agora é das mulheres e em substituição do chapinhar dos putos, resto eu.

E se me chamam puto terei que o aceitar, uma irresponsabilidade que assumo porque não quero qualquer amarra.Imaturidade também pode ser um bom termo, uma inclusividade que me desconforta um pouco.

Apenas gosto de passar os dias no tanque das mulheres. Muitas, como antigamente os cisnes. E ao seu suave deslizar nas águas quase paradas deste tanque, respondo eu com um chapinhar constante, movendo as águas todas do tanque, provocando pequenas ondas.

A questão central é a ultrapassagem das pequenas ondas para as grandes ondas ou a drenagem total das águas deste tanque.

A chave está na decisão sem hesitação, numa atitude frontal em relação ao que se quer. Se não suporto o sacrificio, se detesto que o barco se não mova, agarrado à âncora poderosa que o imobiliza, então que me afaste, que descreva um arco e dasapareça no horizonte.

A recusa terá que se assumir sem vacilar. As mulheres como cais? As mulheres como oásis na passagem, na viagem?

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