8.12.06


I
Deixada, seu nome "sure", lá atrás.
E, assim de repente, voilá, desaparecida! Apenas eu aqui, redondo e ido. Simples nas botarras coloridas e quentes. Pedem-me atençã0. E eu presto-a.
Azul e vermelho, lá fora a Lua crescendo, dentro o movimento outro, tão diferente dos dias próximos idos. Sorrio e olho pela ultima vez os arredores que respirei tanto.
Montanhas, nevoeiro, castelos e rios, vinho e peixe, uma torrente de palavras libertadas pelo rush do momento. Gosto-a, apenas.
Talvez que seja uma impressão amarela, uns malmequeres coloridos e tão viçosos.
Ui, digo no abraço, "poderia ser por toda a noite!", verdade, poderia ser por toda uma eternidade, quereria eu. Sure, she knows that!
E vem à lembrança uma cantiga que fala da preciosidade de ter/fazer um amigo. Simples, porque no mundo coisa mais preciosa não há. E rio outra vez, o sorriso dela.
Il y a peut etre des choses que nous ne oblions jamais. Ela é uma delas, entrada em sopete, saída em planura de lagoa fresca e apetecida.

II
Rodopio, falas para te convencer.
Roda em vinho de Modra, premiado e caro - podemos exercitar excessos.
Subo, trepo as escadas que me levam a ela; as coisas clarificam-se, os sentidos alinham-se.
O discurso arredonda-se e espraiando-se a distância encurta-se. Palavras mil, os olhos nos olhos.

III
No azul o amarelo e o cinzento das paredes altas. Altivos redondos atravessando cumes e sobraçando os burgos agradecidos.
E o que tem de história eles; o teu sorriso, o teu riso tão de dentro, numa projecção sem vergonha.
Projecto-me e tu amparas e retribuis com as palavras projectadas. "Sure", dizes e esse poderia ser o teu nome. Simples, claro e límpido como tu toda.

IV
Tantas as cores como os redondéis que és; fantástico, limpo, uno e solo.
"Poderias ter-me perguntado como seria e eu ter-te-ia dito!", sure.
No doubt about it! Mas tudo reside na surpresa que desejamos; que surpresa, que ritmo, que segurança, que olhos, que pureza, que luta, que diálogo!
Around the castle iniciou-se o mercado das virtudes; paredes meias um corpo que não resiste. Um corpo ainda uno, um corpo ainda todo, um corpo esperando paciente e preparado.
Ueeé, a exclamação que reside no espaço que agora circula todo ainda mais junto.

V
(variantes poucas duma valsa sem final)
E depois tão de repente tudo colapsa.
Realizamos que fantasticamente o realismo desaba em nossas cabeças. Ainda em choque restamos num silencio machucado.
A Lua engorda devagar; o dia ainda longo trará lembranças do tempo passado junto. Um tempo que existia natural e que aqui escassa e dói.
E então pensamos que tudo é aparências; a portas fechadas dizemos transparência; na impossibilidade agarramos uma realidade mágica. Marcas no pavimento caminhado em pesadas e constantes caminhadas.
Azul torna a metálica lembrança em redutório espaço livre.

em V, siempre!

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